25 março 2010

A história da Equoterapia

O uso do cavalo e do cavalgar para fins terapêuticos, vem sendo cada vez mais utilizado para recuperação de distúrbios motores, psíquicos e cognitivos. Porém, esta técnica, chamada no Brasil, de Equoterapia vem sendo utilizada desde a época de Hipócrates De Loo (458 –370 a.C.). No Livro das Dietas, Hipócrates recomendava a equitação com o objetivo de regenerar a saúde e principalmente no tratamento da insônia. Além disso, ele afirmava que o cavalgar melhorava o tônus muscular.
Em1569 Merkurialis afirmou em sua obra De Arte Gymnastica, que a cavalgada trás benefícios não só para o corpo, mas também para os sentidos, ajudando também na escassez das escreções. Os autores também citam que há registros da ciência árabe na idade média dos benefícios do cavalgar. Esses registros foram encontrados em parte de um texto de pedagogia escrito por hititas.
Os benefícios da prática da equitação também foram citados pelo médico Asclepíades de Prússia (124 – 40 a.C.), Galeno (130 – 199 d.C.), Thomas Sydenham (1624 – 1689), Joseph C. Tissot (1972), Goethe (1740 – 1832), entre outros.
Em 1782, Joseph C. Tissot, mencionou em seu livro, Ginastica Médica ou Cirúrgica ou Esperiências dos Benefícios Obitidos pelo Movimento, que há contra-indicações à pratica da equitação. Ele afirmou que o cavalo possui várias andaduras, sendo o passo o mais eficaz do ponto de vista terapêutico.
O movimento tridimensional do dorso do cavalo e seus benefícios, foi estudado e descrito pela primeira vez em 1747, pelo médico alemão Samuel T. Quelmalz, em seu livro A saúde através da Equitação.
Em 1890, o fisiatra e mecanoterapeuta sueco, Gustavo Zander afirmou que o sistema nervoso simpático, era estimulado através de vibrações, transmitidas ao cérebro com 180 oscilações por minuto. Ele não fez nenhuma associação com o cavalo. Quase 100 anos depois (1984), o médico e professor alemão Dr. Detlvev Rieder mediu e afirmou que o cavalo, ao passo, produz exatamente o número de vibrações que Zander afirmou estimular o sistema nervoso simpático. Mas antes disso se tem registro do primeiro grupo de Equoterapia. Em 1917 o Hospital Universitário de Oxford fundou o primeiro grupo de Equoterapia com intuito de atender os feridos da Primeira Guerra Mundial, proporcionar lazer e quebrar a monotonia do tratamento. A primeira equipe interdisciplinar
de Equoterapia foi formada em 1954, na Noruega, por uma fisioterapeuta e seu noivo, psicólogo e instrutor de equitação, Elsbet.

O interesse da classe médica pela equitação como um método terapêutico, surgiu após uma jovem dinamarquesa (Liz Hartel), acometida de poliomielite, ter sido premiada com medalha de prata em adestramento nas Olimpíadas de 1952. O público só percebeu que a jovem era deficiente física após a mesma descer do cavalo e subir ao pódio portando duas bengalas canadenses.
Em 1956 foi criada a primeira Associação de Equoterapia na Inglaterra. A partir daí começaram a surgir várias equipes e centros especializados em equitação terapêutica espalhados pelo mundo como França, Itália, Canadá... Também começaram a surgir vários estudos e publicações acerca do assunto. Hoje mais de 30 países já adotaram a Equoterapia como uma prática terapêutica. Há várias associações espalhadas por todo o mundo, entre elas destacam-se as seguintes: RDA (Riding for Disable Association – Inglaterra, desde 1968), NARHA (North American Riding for Handicapped Association – USA e Canadá, desde 1969), ANDRE Association Nationale Reeducation par L’Equitacion – França, desde 1970), ANIERE (Associação Nacional Italiana de Reeducação – Itália, desde 1977).
A NARHA vem divulgando a Equoterapia em todo território norte americano, desde 1969. Em 1988 representantes do Brasil foram à Europa para se aprofundar acerca da equitação terapêutica. E em 1989 foi fundada a ANDE-BRASIL (Associação Nacional de Equoterapia). Porém a primeira sessão só foi realizada um ano depois, com o apoio dos profissionais da saúde do Hospital do Aparelho Locomotor – SARAH de Brasília.
A partir daí a ANDE-BRASIL vem promovendo eventos e cursos sobre o assunto, abrindo novas possibilidades de novos centros se instalarem por todo país. Além disso, ela também é o órgão que normatiza, supervisiona e regulamenta a prática equoterápica no Brasil.
A ANDE também foi a responsável pelo reconhecimento desse método terapêutico pelo Conselho Federal de Medicina. A aprovação se deu oito anos depois da ANDE-BRASIL ser fundada, em sessão plenária de 09 de abril de 1997 (Parecer nº 06/97). Em 27 de março de 2008 a Equoterapia também foi reconhecida como método de tratamento utilizada pelos fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, pelo COFFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional), atrvés da resolução no 348.
A palavra
EQUOTERAPIA foi criada pela ANDE-BRASIL, para designar todas as terapias que envolvem o uso do cavalo, com o objetivo de reabilitação e/ou educação/reeducação. Antes disso era adotado o nome “Equitação para deficientes”. Ela foi criada para homenagear:

  • O latim, língua que originou o português – adotando o radical EQUO do latim EQUUS, que é a utilização do cavalo com técnicas de equitação e atividade eqüestre.
  • O pai da medicina, o grego Hipócrates de Loo, que recomendava a equitação com fins terapêuticos. Com isso adotou-se TERAPIA, que vem do grego THERAPEIA, que é parte da medicina que trata da aplicação do conhecimento técnico-científico no campo da reabilitação e reeducação.

Fga. Débora Pousa (Diretora Administrativa Financeira do CERN)

5 comentários:

  1. Muito interessante a história do surgimento da Equoterapia!!!!

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  2. Olá,
    estou escrevendo sobre equoterapia, sua historia e não encontro referencias bibliograficas, onde conseguiu essas informações?
    quais as referências?
    obrigada!

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  3. Queria tanto fazer com meu filho de 5 anos que é autista,mas pra mim é muito caro :(

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